Um novo relatório das Nações Unidas descobriu que o governo eletrônico é uma ferramenta eficaz para facilitar políticas integradas e serviços públicos, promovendo instituições responsáveis e transparentes, como por meio de dados abertos e tomada de decisão participativa, e, portanto, tem o potencial de ajudar a apoiar o implementação do Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 17 (ODS).
“Para que as TICs [tecnologias da informação e comunicação] transformem verdadeiramente o setor público em um instrumento de desenvolvimento sustentável, a eficiência na prestação de serviços também deve ser associada à equidade social e garantir que todas as pessoas possam acessar serviços de qualidade”, escreveu Wu Hongbo, o principal Funcionário da ONU em questões econômicas e sociais, em seu prefácio ao relatório.
"Tais esforços são vitais para garantir que as metas de desenvolvimento sustentável estejam no centro de todas as políticas governamentais e de gestão pública e que ninguém seja deixado para trás", acrescentou.
O relatório Pesquisa de governo eletrônico da 2016, produzido a cada dois anos pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU, é o único relatório global que avalia o status de desenvolvimento do governo eletrônico de todos os Estados Membros da 193 da ONU.
Na edição mais recente, constatou que países em todas as regiões estão utilizando cada vez mais novas tecnologias de informação e comunicação para fornecer serviços e envolver as pessoas nos processos de tomada de decisão.
Ao mesmo tempo, o relatório também descobriu que disparidades regionais substanciais e uma crescente divisão continuam a persistir. Além disso, a falta de acesso à tecnologia, a pobreza e a desigualdade impedem as pessoas de aproveitar ao máximo o potencial das TICs e do governo eletrônico para o desenvolvimento sustentável.
Enquanto a Europa continuou liderando o governo eletrônico, seguido pelas Américas, Ásia e Oceania, a África ficou mais para trás.
Globalmente, o Reino Unido, a Austrália e a República da Coréia ocuparam as três primeiras posições no fornecimento de serviços e informações governamentais através da Internet. Os Estados Unidos ficaram em décimo segundo lugar geral.
Na África, a pequena nação insular das Maurícias foi a melhor em desempenho. Classificou o 58th em todo o mundo.
No Índice de Desenvolvimento do Governo Eletrônico (EGDI), os países africanos tiveram uma média de 0.2882, enquanto os países europeus tiveram uma média quase 2.5 mais alta, em 0.7241.
O EGDI mede o uso de tecnologias de informação e comunicação por um país para fornecer serviços públicos. Ele captura três dimensões: o escopo e a qualidade dos serviços online, o status da infraestrutura de telecomunicações e a capacidade humana existente.
A Europa também forneceu 10 vezes mais serviços aos pobres, pessoas com deficiência e idosos do que a África e a Oceania.
Maior velocidade de crescimento do governo eletrônico
O relatório também descobriu que o governo eletrônico cresceu rapidamente nos últimos anos da 15.
Na pesquisa 2016, os países 29 obtiveram uma pontuação 'muito alta', com valores de EGDI na faixa de 0.75 a 1.00, em comparação com apenas os países 10 no 2003. Além disso, o 51 por cento dos países agora possuía valores de 'baixo EGDI' ou 'médio EGDI', abaixo dos de 73 por cento no 2003.
Também é importante notar que, desde a 2014, todos os Estados Membros da 193 da ONU oferecem alguma forma de presença on-line. Isso contrasta fortemente com o 2003, quando os países 18, ou cerca de 10 por cento de todos os países, estavam sem presença online.
Percebendo o impacto total do governo eletrônico no desenvolvimento sustentável
Para perceber o pleno impacto potencial do governo eletrônico para o desenvolvimento sustentável, o relatório constatou que ele precisa ser acompanhado de medidas para garantir o acesso e a disponibilidade das TIC e tornar as instituições públicas mais responsáveis e mais responsivas às necessidades das pessoas.
Concluiu que é essencial garantir que o objetivo principal da erradicação da pobreza e “Deixando Ninguém para Trás”, um princípio fundamental da Agenda 2030, esteja no centro dos esforços para mobilizar as TIC para realizar a transformação que a Agenda 2030 exige.