Dias depois da Apple arrancou ferramentas anti-censura fora de sua loja de aplicativos em China, outra grande empresa de tecnologia americana está adotando as rígidas restrições do país ao conteúdo on-line.
Uma empresa chinesa que opera Amazon'S negócios de computação em nuvem e serviços on-line lá disse na terça-feira que disse aos clientes locais que deixassem de usar qualquer software que permitisse aos chineses contornar o extenso sistema de bloqueios de internet do país. A empresa, chamada Beijing Sinnet Technology e operadora das operações da Amazon Web Services da empresa americana na China, enviou uma rodada de e-mails aos clientes na sexta-feira e outra na segunda-feira.
"Se os usuários não cumprirem as orientações, os serviços oferecidos e seus sites poderão ser desligados", disse uma mulher que apelidou Wang, que respondeu a uma linha direta de serviços da Sinnet. "Nós, operadores, também verificamos rotineiramente se algum de nossos usuários usa esses softwares ou armazena conteúdo ilegal".
Wang disse que a carta foi enviada de acordo com orientações recentes do Ministério da Segurança Pública da China e do regulador de telecomunicações do país. A Amazon não respondeu a e-mails e telefonemas solicitando comentários.
Os e-mails são o último sinal de um impulso crescente do governo da China para bloquear o acesso ao software que supera o Great Firewall - o apelido para os sofisticados filtros de internet que a China usa para impedir seu pessoal de acessar o Facebook, Google e Twitter, bem como os meios de comunicação estrangeiros.
A mudança ocorreu aproximadamente na mesma época em que a Apple disse derrubou vários aplicativos da sua loja de aplicativos na China que ajudam os usuários a criar o Great Firewall. Esses aplicativos ajudaram os usuários a se conectarem ao resto do mundo da Internet usando a tecnologia chamada redes privadas virtuais ou VPNs.
Em conjunto, os recentes movimentos da Apple e da Amazon mostram como Pequim está cada vez mais forçando as maiores empresas de tecnologia dos EUA a seguir as regras chinesas, se quiserem manter o acesso ao mercado. O impulso ocorre mesmo com o número de empresas estrangeiras de tecnologia americanas capazes de operar e competir na China diminuiu.