Duas décadas atrás, a comunidade de inteligência dos EUA trabalhou em estreita colaboração com o Vale do Silício, em um esforço para rastrear cidadãos no ciberespaço. E o Google está no coração dessa história de origem. Algumas das pesquisas que levaram à criação ambiciosa do Google foram financiadas e coordenadas por um grupo de pesquisa criado pela comunidade de inteligência para encontrar maneiras de rastrear indivíduos e grupos on-line.
A comunidade de inteligência esperava que os principais cientistas da computação do país pudessem coletar informações não classificadas e dados de usuários, combiná-los com o que seria conhecido como internet e começar a criar empresas comerciais com fins lucrativos para atender às necessidades da comunidade de inteligência e o público. Eles esperavam dirigir a revolução da supercomputação desde o início, a fim de entender o que milhões de seres humanos fizeram dentro dessa rede de informação digital. Essa colaboração tornou possível hoje um estado abrangente de vigilância em massa público-privada.
A história da criação deliberada do moderno estado de vigilância em massa inclui elementos de origem surpreendente e amplamente desconhecida do Google. É uma história de criação um pouco diferente daquela que o público ouviu e explica o que os co-fundadores do Google, Sergey Brin e Larry Page, se propuseram a construir e por quê.
Mas essa não é apenas a história de origem do Google: é a história de origem do estado de vigilância em massa e o dinheiro do governo que a financiou.
Backstory: A comunidade de inteligência e Vale do Silício
Em meados dos 1990s, a comunidade de inteligência na América começou a perceber que eles tinham uma oportunidade. A comunidade de supercomputadores estava começando a migrar do ambiente universitário para o setor privado, liderada por investimentos de um lugar que passaria a ser conhecido como Vale do Silício.
Uma revolução digital estava em andamento: uma que transformaria o mundo da coleta de dados e como compreendemos grandes quantidades de informação. A comunidade de inteligência queria moldar os esforços de supercomputação do Vale do Silício no início, para que fossem úteis para fins militares e de segurança interna. Poderia essa rede de supercomputação, capaz de armazenar terabytes de informação, entender a trilha digital que os seres humanos deixam para trás?
Responder a essa pergunta foi de grande interesse para a comunidade de inteligência.
A coleta de informações pode ter sido deles mundo, mas a Agência Central de Inteligência (CIA) e a Agência Nacional de Segurança (NSA) perceberam que seu futuro provavelmente seria profundamente moldado fora do governo. Foi em uma época em que os orçamentos militares e de inteligência dentro do governo Clinton estavam em perigo e o setor privado tinha vastos recursos à sua disposição. Se a comunidade de inteligência quisesse realizar vigilância em massa para fins de segurança nacional, isso exigiria cooperação entre o governo e as empresas emergentes de supercomputação.
Para fazer isso, eles começaram a procurar os cientistas das universidades americanas que estavam criando essa revolução da supercomputação. Esses cientistas estavam desenvolvendo maneiras de fazer o que nenhum grupo humano sentado nas estações de trabalho da NSA e da CIA jamais poderia fazer: reunir grandes quantidades de dados e compreendê-las com inteligência.
Uma rica história do governo,s financiamento científico
Já havia uma longa história de colaboração entre os melhores cientistas da América e a comunidade de inteligência, desde a criação da bomba atômica e da tecnologia de satélite até os esforços para colocar um homem na lua.
De fato, a própria Internet foi criada devido a um esforço de inteligência: nos 1970s, a agência responsável pelo desenvolvimento de tecnologias emergentes para fins militares, de inteligência e de segurança nacional - a Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (DARPA) - ligou quatro supercomputadores para lidar com transferências massivas de dados. Entregou as operações à National Science Foundation (NSF) uma década mais tarde, que proliferou a rede em milhares de universidades e, eventualmente, o público, criando assim a arquitetura e os andaimes da World Wide Web.
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