Milhões de cidadãos chineses foram impedidos de reservar voos ou trens enquanto Pequim busca implementar seu polêmico sistema de "crédito social", que permite ao governo monitorar de perto e julgar cada um de seus 1.3 bilhão de cidadãos com base em seu comportamento e atividade.
O sistema, a ser implementado até 2020, visa tornar "difícil de mover" para aqueles considerados "não confiáveis", de acordo com um plano detalhado publicado pelo governo nesta semana.
Será usado para recompensar ou punir pessoas e organizações por "confiabilidade" em uma série de medidas.
Uma parte fundamental do plano envolve não apenas a lista negra de pessoas com baixa pontuação de credibilidade social, mas também “divulgar publicamente os registros de empresas e indivíduos não confiáveis regularmente”.
O plano dizia: "Melhoraremos o sistema da lista negra de crédito, divulgaremos publicamente os registros de empresas e a falta de confiança de indivíduos regularmente e formaremos um padrão de desconfiança e punição".
Para aqueles que são considerados indignos de confiança, "em todo lugar é limitado e é difícil mudar, de modo que aqueles que violam a lei e perdem a confiança pagam um preço alto".
O sistema de crédito já está sendo implementado em algumas áreas e, nos últimos meses, o estado chinês impediu que milhões de pessoas reservassem voos e trens de alta velocidade.
De acordo com o canal de notícias estatal Tempos globais, até maio deste ano, o governo havia bloqueado 11.14 milhões de pessoas de voos e 4.25 milhões de viagens de trem de alta velocidade.
O estado também começou a restringir as opções de luxo: 3 milhões de pessoas estão proibidas de conseguir passagens de trem da classe executiva, segundo Channel News Ásia.
O objetivo, segundo Hou Yunchun, ex-vice-diretor do centro de pesquisa de desenvolvimento do Conselho de Estado, é fazer com que “pessoas desacreditadas se tornem falidas”, afirmou ele no início deste ano.